bom jornalismo, mano!
Revista Superinteressante, edição 179, agosto de 2002.
Matéria de capa: A verdade sobre a maconha. Linha de apoio do título: "Poucos assuntos dão margem a tanta mentira, tanta deturpação, tanta desinformação. Afinal, quais os verdadeiros motivos por trás da proibição da maconha?"
Pra variar... a Superinteressante dá uma aulinha de bom jornalismo. A matéria não é investigativa no sentido de buscar algo inédito, perturbador, exclusivo, bombástico. Mas é um jornalismo sério. Investigou a história da proibição da plantação da cannabis e me pegou em cheio. Muitas informações, boas entrevistas. Não consigo por o link aqui porque não sou assinante e não é possível ler na internet. Vai uma amostra grátis:
"...o corpo esmagado da menina jazia espalhado na calçada um dia depois de mergulhar do quinto andar de um prédio... O assassino foi um narcótico conhecido na América como marijuana... Usado na forma de cigarros, ele é uma novidade nos Estados Unidos e é tão perigoso quanto uma cobra cascavel" ...Começa assim a matéria "Marijuana: assassina de jovens", publicada em 1937 na revista American Magazine..." Nas primeiras décadas do século XX, a maconha era liberada, embora muita gente a visse com maus olhos. No Brasil, maconha era coisa de negro, fumada nos terreiros de candomblé para facilitar a incorporação e nos confins do país por agricultores depois do trabalho. Na Europa, ela era associada aos imigrantes árabes e indianos e aos incômods intelectuais boêmios. Nos Estados Unidos, quem fumava maconha eram os cada vez mais numerosos mexicanos..."
"...Com o surgimento da Lei Seca, que proibiu o álcool nos Estados Unidos, a maconha entrou na vida de muita gente... o diretor do FBN (Federal Bureau of Narcotics), Henry Anslinger, era casado com a sobrinha de Andrew Mellon, dono da gigante petrolífera Gulf Oil e um dos principais investidores da igualmente gigante Du Pont. "A Du Pont foi uma das maiores responsáveis por orquestrar a destruição da indústria do cânhamo", afirma o escritos Jack Herer.
(O cânhamo é a fibra que se estrai da cannabis)
"...Anslinger tinha um aliado poderoso na guerra contra a maconha: William Randolph Hearst, dono de uma imensa rede de jornais. Hearst era a pessoa mais influente dos Estados Unidos. Milionário, comandava suas empresas de um castelo monumental na Califórnia, onde recebia artistas de Hollywood... ...Hearst era dono de fazendas de plantação de eucaliptos para produzir celulose para produzir papéis para os jornais. Ela ajudou no lobby contra o cânhamo porque queria que a sua plantação avançasse e não aquela planta esquisita que tinha no méxico e que acabaria forticando os mexicanos e não enriquecendo o bolso dele... "
Enfim, a matéria é enorme e eu não posso reproduzí-la inteira... mas vale a pena cada centavo dos R$ 6,90 que custa a revista na banca, ok? Vai lá e compra!!!
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