samba lê lê...
Quem acha vive se perdendo...
Essa frase é do Noel Rosa, um dos compositores mais queridos do samba brasileiro. Hoje eu tive a oportunidade de ver e ouvir o Nei Lisboa cantar e tocar obras do craque que viveu só 27 anos - entre 1910 e 1937 - e conseguiu produzir pérolas incríveis desse ritmo que é genuinamente nacional. Foi uma aula e tanto: iniciativa do professor da UFRGS, Luís Augusto Fischer, e do radialista (será que ele se ofende de ser chamado assim?), músico e escritor Arthur de Farias. Eles estão dando aulas todas as segundas-feiras no Santander Cultural, um belo espaço de arte que ainda não completou um ano de vida na capital do RS. O prédio é centenário.. patrimônio histórico, etc... etc... isso dá assunto pra outros posts, um dia eu falo com detalhes.
A idéia do curso é contar a história da música brasileira. Hoje, era sobre Noel Rosa, expoente dos anos 1930 que escreveu coisas impressionantes naquela época pós-revolução, mas que poderiam ter sido ditas anteontem, num boteco ali da esquina. O primeiro sucesso foi Com que roupa... Em 1934, em parceria com Vadico, escreveu Pra que mentir. Concordo com o Arthur mesmo que o comentário tenha sido um pouco machista... mas o Noel simplesmente escreveu esses versos sem saber que a sociedade de hoje encararia isso com a maior naturalidade, afinal infidelidade é um tema bem atual, não? Imagine isso naquela época:
...Pra que mentir tanto assim
Se tu sabes que eu já sei
Que tu não gostas de mim?
Se tu sabes que eu te quero
Apesar de ser traído
Pelo teu ódio sincero
Ou por teu amor fingido?
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