A salmora do Pessach
Lançado em 1998, The Governess (A governanta) não teve grande repercussão. Não que eu saiba. Pelo menos não no Brasil. Hoje, a sinopse fala de um filme de amor, inocência, sexo, sedução, blá, blá, blá.
Minnie Driver (de Gênio Indomável) se passa por senhorita Blackchurch para esconder a real identidade, Rosina Silva. E eis que é esse o ponto interessante do filme. Sinceramente, não é o sexo, sedução inocência... A história é altamente sensível para a comunidade judaica mundo afora (sim, afora é tudojunto). Rosina Silva é judia de origem sefaradita (espanhóis). Em plenos anos de 1840 ser judeu na Inglaterra era mal. Muito mal.
Escondida a real identidade, há um emprego para ela. Mas é por causa da identidade real que se vê uma das seqüências mais lindas que o cinema já produziu sobre o tema judaísmo: ao rezar sozinha o Pessach (Páscoa) a moça causa um pequeno acidente com a salmora do ovo (e quem é judeu entende a importância da salmora e o monte de significados que tem aquela oração). A salmora respinga numa foto e ela descobre que é a salmora que ajuda a fixar a imagem no papel, justamente a grande pesquisa científica que seu patrão passa horas estudando no laboratório.
Genial!!! Fora o envolvimento religioso. A CIÊNCIA recebe a importância que merece. Não falta citação para Daguerre e a máquina de fazer foto... óóó para um grande inventor. E o romance, e o sexo? Ãhã... a sinopse é verdadeira. Podecrê!
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