28 setembro 2003

que nojo, que bom

Sabe aqueles filmes que dão nojo? Eu fiquei com essa sensação enquanto eu via Irreversível, filme que causou polêmica em Cannes por causa da maldita cena do estupro que dura mais ou menos 10 minutos e é muito real. Mas daí o filme foi andando, andando, andando.. e o nojo passou. Sério. Isso é mérito do próprio filme que, eu acho, foi pensado assim. Vi numa sessão muito tarde (21h50). Fiquei com medo, me imaginei saindo do cinema perto da meia-noite... etc, etc. Mas daí as coisas vão mudam... o roteiro é o responsável por isso, eu sei. Há quem diga que é no roteiro que o filme se destina ao sucesso ou ao fracasso. Ainda não sei se Irreversível é alguma dessas duas coisas. Sei que é forte, não é pra qualquer estômago, não serve para uma simples diversão, não é filme para um "date". Vai lá... é bom discutirmos a que ponto chega a porção besta quadrada dentro de nós.

25 setembro 2003

êêêê... Ano Novo!!

SHANA TOVA UMETUKA... Feliz Ano Novo! Todo o ano eu repito para mim mesma: dois Anos Novos ao ano é bom demais! São duas chances de recomeço. São duas oportunidades de criar novas resoluções e tentar cumprí-las... (quem já não se prometeu... vou emagrecer, vou parar de fumar, vou ler mais, vou estudar mais, vou trocar de trabalho.. vou isso, vou aquilo?). Mel? Sim, é tradição. Comemos mel para ter um ano doce.

Religião pra mim foi um ensinamento cultural. Na minha casa é assim. Ninguém aqui pratica mais do que tradições passadas de pai para filho, de avô para netos. Melhor assim. Enfim, 26 de outubro no calendário que vivemos é um dia qualquer. Vai ter gente casando e separando, gente nascendo e morrendo, gente trabalhando e descansando, gente amando e odiando. 26 de outubro também é Ano Novo (ou Rosh Hashana) no calendário judaico. Vai ter gente nascendo e morrendo, gente trabalhando e descansando, gente amando e odiando. Vai ter gente rezando.

Ano passado eu desejei paz. Tá valendo ainda, é claro! Israel x Palestina é uma dupla parada dura.. ninguém cede, ninguém quer perder. Se esqueceram da vida sem a guerra. Estão viciados. Continuo desejando paz, afinal. Mas este ano tenho, também, um desejo bem menos altruísta, posso? Amor sincero e relações descomplicadas, aaahhh... mereço vai!!
corre Sheila corre

Não preciso explicar muito, né? Dias e dias sem dar as caras são o verdadeiro Uó. Mas o tempo tá curto e precioso. Muitas coisas para fazer, muitas coisas para resolver. Tantos quilômetros de corrida assim, bem que eu merecia uma recompensa... toda a grana que entra tá saindo também. Ou eu tô ganhando pouco ou tô gastando muito. A primeira hipótese é a mais plausível, infelizmente. Preciso dar um jeito nisso, sabe como? Corre Sheila corre!!!!!

19 setembro 2003

ai como é bom

Bom demais dizer as coisas certas na horas certas. Dizer o que penso e cheia de razão. Desatar um nó de garganta quase do tamanho de um bonde. Vomitar palavras, ter crise verborrágica. O melhor de tudo: sem perder a calma, a elegância, sem gritar, espernear, sem crise histérica. Só faltou o salto alto. Bom, calma... o motivo foi coisa de trabalho. Interferiu nas minhas coisas, sai da frente. Como a gota d'água veio da mesma pessoa que merecia ouvir umas coisitas... foi melhor ainda! Aaahh, como é bom ter razão. Aaahh, como é ruim não ser sempre assim.

16 setembro 2003

gancho de bolsa, a invenção

Taí aí uma coisa que faz tempo eu queria fazer: postar fotos minhas ou feitas por mim. Eis a primeira!!! Aaahhh eu até sei que alguém vai dizer: - Sheila... quero te ver, aparece aí. Deixa estar, logo logo...
Bom, mas para começar, apresento o meu gancho de bolsa. Agradeço a Alê que fez e mandou a foto para mim. Aliás, foi ela que me deu o empurrão para postar fotos minhas no blog. É pra mostrar o gancho! É. Um gancho cromado, que prende em qualquer mesa e segura a bolsa. Eu odeio por a bolsa no chão (dizem que dá azar, né?). Odeio lugares em que as cadeiras são redondas e não é possível pendurar bolsas. Ora, qual a mulher que sai sem bolsa? Conheço apenas uma, a Tati. O resto, tudo tem bolsa. Grandes, pequenas, gordas, magras, coloridas, de couro, de plástico, de pele, de lona... bolsa de mulher já virou até livro, tese de graduação, pós-graduação, curso de extensão. Bolsa de mulher revela muita coisa, certo? Pois então tá aí.. um pouco de mim revelada segurada por um gancho prático, leve, inteligente (ele equilibra com o peso da bolsa), seguro, divertido, útil e chic, muito chic!

15 setembro 2003

zum, zum, zum...

Ruído, barulhinho, som ambiente... eu tinha uma tia que não gostava da palavra burburinho. Segundo ela, era pejorativa. Nunca eu fiquei sabendo porque. Agora, de novo... achei um blog do mesmo jeito de sempre, pulando de um para o outro. Gostei. Com vocês, Burburinho.

o garçon e a garçonete

Café Paris, Porto Alegre. Fica ali na esquina da Andradas com a Senhor dos Passos. No salão de trás, almoço comercial. Buffet quilo. Comidinhas gostosas, bem feitas, bem temperadas, bem apresentadas. Eu e a Tati (ela ainda vai ter um blog, acreditem...) antes de uma reunião. As pessoas no lugar almoçam rápido, muita gente sozinha, poucas mesas com grupo. Aliás, só uma. Estava claro que eram colegas de trabalho. Conversa vai, conversa vem.. uma garfada na salada aqui.. a Tati adorando uma torta de palmito. Nossa mesa era de canto, mas muito próxima de uma porta que dá para outro ambiente. As duas olham o garçon passando... ele vai em direção a uma colega garçonete. Os dois se olham, piscam um para o outro. Ele estende as mãos, ela coloca as mãos em cima das dele. O momento lindo foi rápido, singelo e isso não é ironia não! Cabecinha para o lado, olhos brilham. As mãos se afastam e cada um segue seu caminho, talvez em direção a cozinha, talvez em direção ao balcão. Eles trabalham e namoram e trabalham mais um pouco e namoram mais um pouco. - Tu viu o que eu vi? - Vi! Que lindo!! E lá se foram a Sheila e Tati, com uma certa leveza, andar no sol do final do inverno... sem a mínima vontade de trabalhar.
Este post deveria ter sido publicado na sexta-feira, 12, mas a preguiça foi maior. Aí veio o final de semana e... eu não quis saber de computador! É isso.

11 setembro 2003

eu que fiz... hummm

Funghi, arroz, temperos, vinho tinto. Uma delícia de jantar, tudo na última hora. Parmesão ralado compridinho e "voalá", as amigas todas querendo repetir! Bah, gurias, não tem mais... só sobrou um pouquinho e nem todas poderão repetir. Que saco! Nunca faço, quando faço deixo todas com gosto de quero mais. Amei, adorei, me diverti fazendo, comendo, papeando, bebendo. Bom papo, nove mulheres conseguiram não criticar muito os homens... (só um pouquinho, né?). Thaís, saiu mais cedo, ok. Dá próxima, vai ter de ficar até o derradeiro chocolate, ok?

09 setembro 2003

velas, vinho... e a leitura em dia

O clima todo está favorável pra outra coisa, eu sei. Até o frio voltou depois de dias de panela-de-pressão em Porto Alegre mais úmida e quente do que nunca. Enquanto a poeira baixa pros lados do músculo vermelho que bombeia o líquido vermelho (óóó... é pra isso que serve, não? Pra outras coisas está com defeito, por enquanto!)... uma boa leitura faz muito bem. E que bem. Glauco Mattoso, um dos meus poetas favoritos (não são muitos, confesso), parecia me chamar na prateleira. Um dos meus textos preferidos - Confessional, deixo aqui para quem não conhece: (foi gravado por Arnaldo Antunes como canção que não tenho opinião se ficou bom ou ruim... ultimamente não tenho gostado do Arnaldo).

"Amar, amei. Não sei se fui amado, pois declarei amor a quem odiara e a quem amei jamais mostrei a cara, de medo de me ver posto de lado. Ainda odeio quem me tem odiado: devolvo agora aquilo que declara. Mas quem amei não volta, e a dor não sara. Não sobra nem a crença no passado. Palavra voa, escrito permanece, garante o adágio vindo do latim. Escrito é que nem ódio, só envelhece. Se serve de consolo, seja assim: Amor nunca se esquece, é que nem prece. Tomara, pois, que alguém reze por mim..."

05 setembro 2003

a cabeça ficou vazia

Nada como o passar do tempo... coração ainda se recuperando... já saiu da UTI, está na enfermaria. O mais engraçado, trágico, cômico, terrível, estranho, esquisito, inacreditável é que boa parte da recuperação foi movida a desculpas e mais desculpas, perdões e mais perdões. Conselhos de amigas e amigos nessas horas são preciosos. Sheila, esqueça. Sheila manda pastar. Sheila, manda naquele lugar. Sheila, manda à merda. Tá, tá bom, tá bom.. todo o esforço para esquecer está sendo feito. Um pouquinho de paciência, please! Não tenho sangue de barata e ando mais derretida do que nunca. Estou com a cabeça vazia. Não consigo pensar, não quero pensar. Deixa assim, quieto. O tempo vai ajudar, dizem os mais experientes. Será?

03 setembro 2003

peraí, tem alguma coisa errada

O som quebrou. O telefone sem fio quebrou. A máquina de lavar está vazando. O chaveiro de resina com a chave da casa quebrou. O filtro de água da cozinha quebrou, a saboneteira do lavabo está bamba. Três canetas que tentei escrever algo agora não funcionaram. A janela emperrou, achei um parafuso no chão que não sei de onde veio. O que mais? Hein? O pior de todos os quebrados... o coração tá esfolado, ardido, inchado, cansado, tristinho, deprê. Que termine logo esta semana pelamordedeus!